quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Quatro incêndios monopolizam área ardida

Quatro incêndios florestais causaram mais de metade da área ardida este ano em Portugal. Dois desses fogos foram em Mértola, um em Santiago do Cacém e outro em Nisa. No total, somaram 2.786 hectares de área ardida, num total de 5.086 registados até 31 de Julho. Um relatório da Direcção-Geral de Recursos Florestais dá conta de um decréscimo do número e consequências dos fogos, mas avança que as condições meteorológicas são a principal explicação. Observando o Índice de Severidade Diário obtido pelo Instituto de Meteorologia, verifica-se que, "a partir de 15 de Junho, se mantém abaixo do período 2000-2006", sendo este ano o que apresenta, até agora, "uma época estival com condições meteorológicas mais amenas". Aliás, fazendo o cruzamento entre meteorologia, número de fogos e área ardida, "nota-se que ambos acompanham o padrão de variação do Índice de Severidade Diário". O relatório faz ainda uma análise aos indicadores meteorológicos que esclarecem isso mesmo. Nos meses de Junho e Julho, na Zona Norte do país, as temperaturas médias foram respectivamente 1,5 e 0,9 graus mais baixas do que a média do período de 1961-90. O inverso se nota quanto à precipitação, que esteve acima da média chegou a registar-se um desvio de mais 32,5 milímetros, em Junho, também na Zona Norte, enquanto a Sul foi de mais 7,7. Por distritos, foi em Portalegre e Beja que se registaram os maiores valores de área ardida, por via dos quatro grandes incêndios já referidos. Apenas nestes casos surgem referências ao apuramento de causas em dois, a investigação ainda decorre, enquanto os outros dois terão sido de origem intencional.No número de ocorrências, em contrapartida, lideram Porto (com um total de 709) e Braga (512). O número de reacendimentos (este ano, sujeitos a uma clarificação de critérios, como noticiou o JN) é, até 31 de Julho, de apenas 58, a maioria concentrados nos distritos de Braga (24) e Aveiro (12).Entrando na análise comparativa com os últimos anos, a área ardida corresponde a apenas 6,6% da média do último quinquénio e o número de ocorrências a 32,6%. Convém recordar, contudo, que esta média é influenciada por se encontrarem aqui os dois piores anos desde que há registos (2003 e 2005). Olhando só para 2006, as ocorrências são cerca de metade e a área ardida 26%.

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